Narrativas memoriais
o que a história nos conta sobre os Institutos Federais?
DOI:
https://doi.org/10.31417/educitec.v5i11.709Palavras-chave:
Educação Profissional, Política Educacional, Etnografia, MemóriaResumo
Durante o governo Lula, foram aprovadas políticas para a educação profissional que culminaram na criação dos Institutos Federais. Este artigo analisa as narrativas de dois sujeitos envolvidos nesta concepção e busca apoiar a história na reconstituição e reordenação dos acontecimentos deste passado recente. É uma pesquisa social de natureza qualitativa, que utiliza a metodologia etnográfica como fundamento para a produção e análise de dados, baseada na observação participante, diário de campo e em entrevistas semiestruturadas gravadas em áudio e vídeo. A análise de dados emprega as teorias oriundas dos eixos temáticos que tratam sobre Educação Profissional e Tecnológica, memória social, discursos e narrativas, buscando as relações entre a fundamentação teórica e os dados produzidos/empíricos, esclarecendo e completando os espaços da dinâmica social histórica investigada. Neste artigo, analisaremos as narrativas memoriais de dois políticos: os professores Eliezer Pacheco e Cláudia Schiedeck Soares de Souza em relação ao aspecto da elitização da oferta de educação pelas universidades e a necessidade de ampliar a oferta do ensino médio integrado à sociedade. Na análise destes discursos, percebe-se que a transformação dos Cefets em Universidades Tecnológicas não conseguiria manter a oferta da educação de nível médio integrado ao ensino técnico. Frente à pressão social da época, surge o espaço para a concepção de uma nova institucionalidade que, para além da formação superior, também é, na atualidade, a maior oferta de ensino médio integrado à formação técnica do país.
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Accepted 2019-05-06
Published 2019-06-10