Narrativas memoriais

o que a história nos conta sobre os Institutos Federais?

Autores

  • Silvia Schiedeck IFRS
  • Maria Cristina Caminha de Castilhos França Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.31417/educitec.v5i11.709

Palavras-chave:

Educação Profissional, Política Educacional, Etnografia, Memória

Resumo

Durante o governo Lula, foram aprovadas políticas para a educação profissional que culminaram na criação dos Institutos Federais. Este artigo analisa as narrativas de dois sujeitos envolvidos nesta concepção e busca apoiar a história na reconstituição e reordenação dos acontecimentos deste passado recente. É uma pesquisa social de natureza qualitativa, que utiliza a metodologia etnográfica como fundamento para a produção e análise de dados, baseada na observação participante, diário de campo e em entrevistas semiestruturadas gravadas em áudio e vídeo. A análise de dados emprega as teorias oriundas dos eixos temáticos que tratam sobre Educação Profissional e Tecnológica, memória social, discursos e narrativas, buscando as relações entre a fundamentação teórica e os dados produzidos/empíricos, esclarecendo e completando os espaços da dinâmica social histórica investigada. Neste artigo, analisaremos as narrativas memoriais de dois políticos: os professores Eliezer Pacheco e Cláudia Schiedeck Soares de Souza em relação ao aspecto da elitização da oferta de educação pelas universidades e a necessidade de ampliar a oferta do ensino médio integrado à sociedade. Na análise destes discursos, percebe-se que a transformação dos Cefets em Universidades Tecnológicas não conseguiria manter a oferta da educação de nível médio integrado ao ensino técnico. Frente à pressão social da época, surge o espaço para a concepção de uma nova institucionalidade que, para além da formação superior, também é, na atualidade, a maior oferta de ensino médio integrado à formação técnica do país.

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Biografia do Autor

Maria Cristina Caminha de Castilhos França, Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul

Doutora em Antropologia Social (UFRGS). Mestre em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2002). Possui graduação em Bacharelado e Licenciatura em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1997). Professora e Pesquisadora do IFRS (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul - Reitoria). Pesquisadora colaboradora da UFRGS e desenvolveu projeto de Pós-doutorado no BIEV (Banco de Imagem e Efeitos Visuais)/UFRGS. Atua como docente e Coordenadora Adjunta Acadêmica Nacional no Mestrado Profissional em Educação Profissional e Tecnológica (ProfEPT) em Rede e docente permanente no Programa de Pós-graduação Educação em Ciências: química para a vida e saúde (UFRGS). Sua experiência na área de Antropologia tem ênfase em Antropologia Urbana, atuando principalmente nos seguintes temas: memória, envelhecimento, alimentação, representação social, família, genealogia, relação geracional e imagem, ofícios e profissões.

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Publicado

10-06-2019

Como Citar

SCHIEDECK, S.; FRANÇA, M. C. C. de C. Narrativas memoriais: o que a história nos conta sobre os Institutos Federais?. Educitec - Revista de Estudos e Pesquisas sobre Ensino Tecnológico, Manaus, Brasil, v. 5, n. 11, 2019. DOI: 10.31417/educitec.v5i11.709. Disponível em: https://sistemascmc.ifam.edu.br/educitec/index.php/educitec/article/view/709. Acesso em: 24 abr. 2024.
Received 2018-11-01
Accepted 2019-05-06
Published 2019-06-10